quinta-feira, 25 de junho de 2009

Analisando o Imperialismo

Caros alunos,
Observem as charges e ilustrações e façam o que é pedido. As respostas deverão ser postadas nos comentários do blog.

1-Observe a charge e crie um diálogo entre as personagens que aparecem na ilustração:


2-Observe a charge e faça um parágro explicando seu significado:


3- As ilustrações abaixo foram capas de resvistas de moda européias publicadas em 1915 e em 1924. Essas ilustraçõs são um reflexo das teorias adotadas pelos europeus para justificar o colonialismo. Escreva um parágrafo analisando essas ilustrações.







via:http://sindromedeestocolmo.com/

terça-feira, 16 de junho de 2009

Jogo do Egito

O link abaixo vai ser util na sua pesquisa para a construção do seu jogo de tabuleiro.
Site do museu de Britânico, coleção de egiptologia:
http://www.ancientegypt.co.uk/menu.html

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O engenho

Copie o texto e cole no word no arquivo sobre o ciclo do açúcar:


Leia com atenção e responda as perguntas
"Toda a escravaria(que no maiores engenhos passa o número de 200 peças) quer mantimentos, roupas, medicamentos, enfermaria, enfermeiro; e para isso são necessárias roças de mandioca. Querem os barcos, velame, cabo, cordas, breu.
Querem as fornalhas, que por sete ou oito meses ardem, de dia e de noite, muita lenha; e para isso, são precisos dois barcos com velas para se buscar nos portos e muito dinheiro para a comprar; ou extensos matos com muitos carros e muitas juntas de bois para se trazer. Querem os canaviais também suas barcas e carros de bois, enxadas e foices. Querem as serrarias, machados e serras. Quer a moenda todo o tipo de madeira de lei e muito aço e ferro. Quer a carpintaria madeira seletas e fortes para arrimo, vigas e rodas; e pelo menos os instrumentos mais usuais, como serras, enxós, goivas, machados, martelos, pregos. Quer a fábrica do açúcar tanques e caldeiras, tachas e bacias e outros muitos instrumentos menores, todos de cobre. São finalmente necessários, além das senzalas dos escravos e das moradas do capelão, feitores, mestre, purgador, banqueiro e caixeiro, uma capela decente com seus ornamentos e objetos do altar, e umas casas para o senhor do engenho, com seu quarto separado para hóspedes; e o edifício do engenho, forte e espaçoso, com as outras oficinas."(ANTONIL,André João. Cultura e Opolência do Brasil 1711. Belo Horizonte. P75-6)

1-Esse documento é uma fonte primária ou secundária?
2-Em que ano ele foi publicado?

3-Baseado na leitura, como você definiria um engenho?

4-Segundo o autor do texto quais são os gastos do senhor do engenho para mantê-lo em funcionamento?

5-Dos istrumentos de trabalho mencionados quais eram importados?

6-Por que esses instrumentos eram importados?

7-Qual o termo que o autor utiliza para se referir aos escravos?

8-Por que ele faz isso?

Desafio: Ache um trecho do texto onde o autor deixa entrever o desmatamento da Mata Atlântica.

domingo, 31 de maio de 2009

A história das coisas




Agora que você assistiu aos vídeos faça a seguinte atividade:

1-Assista aos vídeos novamente e faça um resumo no word com as principais idéias contidas no vídeo.

2-Compare essas idéias com o que você estudou sobre imperialismo e tente responder:

Existe alguma relação entre o que foi mostrado no vídeo e o imperialismo?

Que relação é essa?

Quais são elementos comuns entre o vídeo e o imperialismo dos países europeus no século XIX?

O Rio Nilo

Caros Avás,
Leiam o texto e depois respondam as perguntas. Lembrem-se de usar o material do laptop;


“A vida no Egito é o Nilo, sem o Nilo o Egito seria apenas a continuação do deserto...O Egito é o vale do Nilo, é um traço de vegetação, de vida, de frescor, através da infinita lividez do deserto....Todos os anos o Nilo cresce, sobe, alarga-se, espalha-se, possante sobre os torrões crestados pelo sol, deixa seu lodo, vivifica, trabalha, alimenta, germina, fecunda e recolhe-se ao seu leito serenamente..Ao descer da água, os trabalhos começam em todo o Baixo Egito, os campos ficam cobertos de uma terra lodosa, mole, negra(...) e quando a inundação terminou começam os campos(...)a cobrir-se de trigo, de aveia, de fava e de lentilha(...)E aquelas culturas estendem-se até o horizonte, verdes, ricas, pacíficas, claras, cintilantes de água e cobertas de sol(...)”. Eça de Queiros. O Egito, 1869

Como o autor descreve o rio Nilo neste texto?
Qual a importância do rio Nilo para a civilização egípcia?

domingo, 10 de maio de 2009

Web Gincana- Tupiniquim

Tupiniquim,
Este é link que vocês vão usar para ter acesso a web gincana:
http://www.kn.att.com/wired/fil/pages/webpasesasc.html#task
Bom trabalho

quinta-feira, 7 de maio de 2009

MAHURA, A JOVEM QUE TRABALHAVA DEMASIADO


Nesse tempo, o Céu vivia na Terra. As Nuvens, suas filhas, turbilhonavam (agitavam-se) e volteavam junto do solo, prendendo-se aos ramos das acácias. A sua filha Chuva gostava de molhar as pessoas do alto de grandes palmeiras e o seu maior prazer era juntar-se às alegres águas dos rios. A Terra e o Céu prestavam pequenos serviços um ao outro, como bons vizinhos. Por exemplo, quando a seca era prolongada, a Terra dirigia-se diretamente ao Céu, pedindo-lhe que regasse os campos e dessedentasse (matasse a sede) os animais. E o Céu enviava-lhe a Chuva...
Mas, um dia, a Terra teve uma filha, Mahura.

Tão inteligente como bela, só tinha um defeito: trabalhava demasiado. Todas as noites, à mesma hora, Mahura tirava o almofariz (recipiente em que se trituram substâncias sólidas; pilão) da cubata (choupana coberta de folhas) materna e punha-se a esmagar grãos de milho e as raízes de mandioca. E trabalhava, trabalhava, trabalhava incansavelmente. Mas o pilão era comprido, tão comprido que, cada vez que ela o erguia, ele batia dolorosamente na cabeça do Céu.

- Oh, desculpa, Céu! – escusava-se (desculpava-se) ela. – Fazes o favor de te afastar um pouco? Não tenho espaço suficiente para o meu pilão!
E o Céu, resmungando e a esfregar o alto que ela lhe fizera na testa, erguia-se um pouco.
Mahura continuava a trabalhar. Uma, duas, três pancadas de pilão! Tuc, Tuc, Tuc.
- Ah, desculpa, Céu! – exclamava a bonita jovem, continuando a sua tarefa. – Queres afastar-te um pouco mais?
E o Céu erguia-se mais um pouco, tão furioso como embaraçado (envergonhado): realmente, que se poderia fazer a uma rapariga que trabalha com tanto entusiasmo?
E Mahura continuava a esmagar os grãos. E quanto mais pilava, mais o pilão batia no Céu, que, cada noite, se afastava mais, levando com ele as engraçadas Nuvens e a Chuva, que chorava, chorava continuamente...
E todos os dias acontecia a mesma coisa. O Céu já estava desesperado! A sua testa estava cheia de nódoas (manchas) negras e altos, feitos pelo pilão de Mahura.
Um dia, o Céu decidiu acabar com aquilo. Tinha acabado de receber uma pancada que o havia aborrecido muito.

- Está decidido, vou abandoná-la. Fiquem com a vossa Terra para vocês! À fé de quem sou (por minha honra), juro que o pilão não voltará a bater-me. Adeus!
E, chamando os milhares de pequenas Nuvens e a Chuva, desolada por abandonar os rios e os charcos, o Céu subiu, subiu tão alto que a Terra ficou preocupada: iria desaparecer?
Quanto a Mahura, continuou, junto de sua mãe, a trabalhar com o almofariz e o pilão, a esmagar os grãos e as raízes de mandioca. No entanto, chegou o dia em que sentiu falta do Céu. As Nuvens cumprimentavam-na de muito longe e a Chuva já não conversava, cansada de cair de tão alto. Então Mahura pretendeu fazer-se perdoar: tirou do leito do rio uma pepita de ouro e arrancou de uma caverna um pedaço de prata. À pepita deu o nome de Sol e à prata o de Lua. Depois atirou-os muito, muito alto, com mensagens de amizade para o Céu.
Se não acreditam nesta história, levantem a cabeça numa noite de Verão: podem verificar que as estrelas, tão brilhantes no firmamento, não são mais que cicatrizes das pancadas que Mahura deu na cabeça do Céu!
Além disso, não se diz que a Lua brilha tanto como a prata e o Sol como o oiro?Mas o Céu nunca mais voltou à Terra!...

O ESCRAVO QUE SE TORNOU REI

Nesse tempo, reinava um grande rei sobre o povo bambara. Chamava-se Biton Kulibaly. O seu império era tão vasto que se dizia que cem cavalos de posta (que levam mensageiros com cartas e avisos), mudados com frequencia, não conseguiam atingir os limites. O centésimo cairia esgotado antes de chegar à fronteira.
Segundo o costume e as leis desse poderoso e exigente rei, cada família pagava um imposto anual de ouro ou prata, tecidos ou mel, dolo – que é uma bebida fermentada de milho – ou cereais.
Ora, certo ano, uma família da região de Niola não conseguiu juntar o mel necessário até a chegada dos soldados cobradores de impostos. A mulher implorou-lhe, o homem apelou para a clemência (bondade) do rei, os aldeões intercederam por eles, mas foi tudo em vão. Os rostos dos soldados mantinham-se tão gelados como o mármore dos vestíbulos do palácio real.
- Isso pouco importa! – impacientou-se o que parecia ser o chefe. – Um dos vossos filhos servirá de imposto... para dois anos! Que esperam?
Os infelizes pais iam lançar-se novamente de joelhos, quando um rapaz dos seus sete anos saiu da cubata (choupana coberta de folhas) familiar e se dirigiu para a praça. Era Ngolo Diarra, o filho mais velho. Atrás dele, abraçados, choravam os cinco irmãos mais novos. Ngolo tinha ouvido tudo.
- Estou pronto a seguir-vos – disse, erguendo o olhar para os cavalos dos soldados, que caracoleavam, impacientes.
Então, a mãe lançou um grande grito. O pai correu para agarrar o filho e houve um movimento na multidão de aldeões... mas já um soldado se inclinava na sela, erguia Ngolo e sentava-o no cavalo, à sua frente.
E antes que os aldeões se apercebessem do que se estava a passar, os soldados davam meia volta e deixavam Niola a galope, a caminho de Ségu, a capital.
Que poderiam fazer meia dúzia de pobres agricultores, desarmados e sem cavalos, contra os guerreiros do rei? Todos maldisseram a sua infeliz sorte e, aos poucos, o caso foi esquecido.
Foi assim que Ngolo, filho de Diarra, da região de Niola, se tornou escravo em Ségu-das-Balanzas.

A capital da nação bambara era uma bela cidade fortificada, na margem de um grande rio. Chamava-se Ségu-das-Balanzas, porque essas maravilhosas árvores – as balanzas – cresciam profusamente (abundantemente) em redor de toda a cidade. Havia quem afirmasse já as ter contado! Eram quatro mil quatrocentas e quarenta e quatro, no tempo do rei Biton.
O rei gostava do luxo e das festas quando permanecia no seu palácio de Ségu. Era um belo palácio de pedra encarnada (cor avermelhada da carne), guardado por aqueles a quem chamavam com terror de tondyons (chefes de guerra) armados – para atingir a câmara real. Aí, sentado sobre uma pele de leão – símbolo do seu poder -, rodeado por cinqüenta feiticeiros-conselheiros, poetas e músicos, Biton Kulibaly recebia os estrangeiros, ministrava justiça e mantinha-se ao corrente das importantes ou insignificantes notícias que corriam no seu reino.
Uma bela manhã, os nobres de Ségu apresentaram-se ricamente vestidos mas de expressão transtornada (perturbada). Depois das saudações, o mais velho veio inclinar-se em frente de Biton.
- Grande rei, os feiticeiros que consultamos falam de um grande perigo que te ameaça. Está em Ségu uma criança do sexo masculino que virá a tomar o teu trono logo que vista as três peças de roupa dos homens: os calções, o bubu (túnica longa e larga us. em alguns países africanos) e o barrete (gorro). Assim falaram os feiticeiros consultados por nós.
Sentado em cima da sua pele de leão, aquele a quem chamavam o Senhor das Águas e dos Homens não se mostrou impressionado. Agradeceu aos nobres, ofereceu-lhes de beber e os seus poetas cantaram para eles.
Mas, quando chegou a noite, Biton mandou reunir todas as crianças do sexo masculino da cidade no maior dos sete vestíbulos do palácio. Depois, pediu aos sacerdotes – homens muito poderosos – que lhe indicassem a criança que lhe queria roubar o trono.
Os sacerdotes reuniram-se em conselho durante várias horas. Entretanto, a noite passou e a madrugada já clareava o horizonte quando se apresentaram em frente do rei, perplexos e embaraçados: não conseguiam chegar a acordo sobre a resposta exata à pergunta que ele lhes fizera.
- A criança que primeiro abandonar a sala será a que procuras – afirmou um deles.
- Não! O último que abandonar o palácio é que será o tal, ó rei! – sustentou um outro.
Um terceiro explicou que os espíritos, invocados em segredo, não tinham respondido com clareza. Dir-se-ia que uma força extraordinária perturbava os augúrios (profecias).
- Essa criança, ó Biton, não é uma criança como as outras! Tem poderes misteriosos que se opõem aos teus. Não podemos fazer nada. Talvez que uma armadilha...
Biton Kulibaly impacientou-se com as respostas. Chamou os seus tondyons e deu ordem para que doravante os rapazes de Ségu dormissem no palácio. Os guerreiros iriam vigiá-los para que não pudessem fugir.
Depois, voltou-se novamente para os sacerdotes:
- E então, essa armadilha? – perguntou.
- Só tens uma coisa a fazer e ela só depende de ti, senhor – respondeu o sacerdote que falara em último lugar. – Pega em sete peças de oiro do teu tesouro. Manda derretê-las e transformá-las num anel, que esconderás dentro de um prato de comida. Depois, ofereces uma refeição a todos os rapazes... O que encontrar o anel será o que procuras!
No dia seguinte, Biton mandou preparar um arroz saboroso que foi colocado numa grande tigela de madeira, acompanhado de refrescos e frutas. Esse prato foi colocado à entrada do vestíbulo e o próprio rei veio presidir à refeição. A sua imponente estatura, os ricos bordados da túnica e o ar majestoso impressionaram os rapazes, que não compreendiam o motivo por que Biton se mostrava tão generoso com eles, depois de os ter encerrado no seu palácio.
- Mandei preparar este arroz especialmente para vocês – disse-lhes o rei. – Por isso, vinde e comei. E que nenhum se levante antes de o arroz acabar. É a maneira de me renderdes homenagem!
Assim tranqüilizadas, e cheias de fome, as crianças acotovelavam-se para se aproximarem do arroz preparado com tanto esmero. Apenas um dos cativos não tinha pressa: era Ngolo, o rapazinho de Niola.
- Não te demore, Ngolo! – gritavam os outros. – Vais ficar sem comida, se continuas aí à porta!
A criança foi interpelada por várias vezes, e por várias vezes se recusou a juntar-se aos companheiros. Finalmente, quando o prato estava quase vazio, Ngolo pegou num punhado de arroz, só um, e sentiu o anel na boca. Escondeu-o debaixo da língua, com receio que lho roubassem, e aguardou o desenrolar dos acontecimentos.
No fim da refeição, os outros rapazes encarregaram-no de agradecer ao rei. Ngolo não se fez de rogado e dirigiu-se a biton sem acanhamento algum, ele, um cativo... E o rei compreendeu que tinha à sua frente o rival que lhe fora predito.
- Qual de entre vós encontrou um objeto escondido no arroz? – perguntou, fixando Ngolo.
O rapazinho de Niola levou a mão à boca e deixou cair nela o anel.
- Será isto, ó rei?
Houve um movimento de curiosidade na assembleia. Como é que Ngolo conseguira falar, tendo o anel na boca? Por que artes mágicas ficara o anel no único punhado de arroz que coubera a Ngolo?
O rei Biton observava a criança que se mantinha respeitosamente à sua frente e não pegou no anel que Ngolo lhe estendia.
- É isso mesmo, Ngolo! Ele liberta-te da escravatura, rapaz de Niola. Já não és um cativo. Mas não o percas, Ngolo, caso contrário vou pensar que me traíste!
Ngolo passou essa noite atormentado, com receio que lhe roubassem o anel. Assim, no dia seguinte, coseu-o no interior da tanga, junto da pele, e pensou ter descoberto o melhor esconderijo.
Por seu lado, o rei inventou diversos pretextos para afastar Ngolo do palácio e, no segundo dia, reuniu os outros rapazes, invejosos de Ngolo.
- Vamos verificar se Ngolo é digno da minha confiança – disse-lhes. – Esta noite deitem-se junto dele no vestíbulo e esperem que ele esteja profundamente adormecido. Nessa altura, tirem-lhe o anel que coseu na tanga e tragam-mo.

Passaram-se várias noites. Mas, cada vez que um dos rapazes tentava tirar o anel, tocava em Ngolo, que acordava imediatamente e desancava (surrava) o ladrão.
Então, o rei inventou outro estratagema.
- Desafiem-no a ir tomar banho convosco ao rio e proponham-lhe que mergulhem, para ver quem fica mais tempo debaixo de água. Entretanto, um de vocês lançará a tanga dele nos rápidos (corredeira).
Ngolo dormiu tranqüilamente essa noite e, de manhã, julgou que terminara a sua provação. Por isso não desconfiou quando os outros rapazes o levaram até o rio.
Fazia um calor tórrido (excessivo) e a poeira do caminho, erguida pelo vento sufocante, cobria os arbustos, os homens e os animais com uma cor pardacenta. Para lá de toda esta poeira, o rio Djoliba tornava-se acolhedor com as suas pequenas cascatas e o musgo macio das margens. Os rapazes tiraram as tangas e Ngolo, esquecido da sua desconfiança, mergulhou, contente, na água aprazível (que dá prazer).
Mas enquanto à sua volta se ia fechando o círculo de crianças que riam e faziam apostas sobre quem agüentaria mais tempo debaixo de água, um dos rapazes agarrou na tanga de Ngolo e lançou-a muito longe. A tanga mergulhou logo num turbilhão de espuma. E um peixe-gato, que dormitava num buraco de um rochedo, engoliu-a imediatamente. Mas logo um enorme Lúcio se aproximou de boca aberta, engolindo o peixe-gato e a tanga.

Já o crepúsculo avermelhava o horizonte quando Ngolo e os seus companheiros saíram do rio. Mas na margem não estava a tanga nem o anel.
- Ai, que desgraça! – exclamou Ngolo desesperado. – Perdi o oiro que o rei me confiou! Biton vai imaginar que o traí...
E, enquanto os rapazes se afastavam, quer fugindo envergonhados, quer correndo para prevenir o rei, Ngolo ficou vagueando nas margens do rio.
A Lua surgira por detrás das nuvens e o infeliz rapaz ainda se lamentava da terrível perda.
Foi assim que os pescadores o descobriram, ainda a chorar. Ngolo recusou-se a responder às perguntas que lhe fizeram e refugiou-se junto das mulheres, que começavam a abrir e escamar os peixes, vindos nas redes.
Numa das redes, debatia-se ainda um enorme lúcio. Ngolo dirigiu-se às mulheres, pois acabara de ter uma ideia:
- Ei, mãezinhas, dêem-me uma faca para as ajudar a limpar os peixinhos!
Pensava que, desse modo, se os tondyons do rei o procurassem, não o descobririam no meio de tantas mulheres.
O rapaz acabara de escamar o sexto peixe quando o Lúcio lhe caiu aos pés. Já não se debatia. Então, Ngolo abriu-o e encontrou o peixe-gato ainda inteiro. Ao abri-lo, lançou um grito ao ver sua tanga e o anel de oiro do rei.
- Que te aconteceu? Que tens? – perguntavam-lhe as mulheres.
Ngolo sentou-se em cima da tanga e desatou a rir.
- Nada, nada! Encontrei um peixe-gato inteiro dentro de um Lúcio e isso é um bom presságio
Trabalhou ainda durante algum tempo com as mulheres, que lhe agradeceram a ajuda, e depois deixou-as, todo satisfeito. Encontrara o anel!

Já via ao longe as mulheres de Ségu, quando os guerreiros armados de sabres e fuzis que o rei mandara à procura dele o encontraram. O rapaz caminhava pelo carreiro (caminho estreito) poeirento que o sol começava a aquecer.
Doze cavaleiros rodearam Ngolo e doze sabres e fuzis lhe foram apontados. O cavaleiro da frente gritou:
- Ngolo Diarra, da terra de Niola, escravo e filho de pastores, o rei confiou-te um objeto, um anel de oiro que coseste na tanga. Onde está ele?
A tanga de Ngolo ainda estava úmida. O rapaz desfez o nó, pegou no anel e ergueu-o à altura da cabeça para que todos o pudessem ver.
- Será isto? – perguntou, desafiando os tondyons do rei.
- É isso mesmo.
Surpreendidos e embaraçados, os homens de armas baixaram os fuzis e embainharam os sabres. O guerreiro da frente pôs Ngolo na garupa do seu cavalo e regressaram a Ségu.
Naqueles dias que se seguiram, enquanto Biton Kulibaly se fechava na câmara real com os seus sacerdotes, feiticeiros e chefes de guerra, murmurou-se na cidade que o pequeno Ngolo Diarra estava protegido pelos deuses mais poderosos.
Durante várias luas, Biton ainda reinou sobre a nação bambara. Mas, um belo dia, foi substituído por um novo rei. O rapazinho escravo, roubado outrora aos pais, crescia em força e saber e seria a ele, Ngolo Diarra, que a nação bambara iria oferecer a pele de leão dos reis de Ségu, quando fosse homem.
E foi isso mesmo que aconteceu...

(Adaptados de Contos africanos: contos e lendas do folclore africano selecionados e adaptados por Marie Feraud; ilustrações de Akos Szabo. Lisboa: ed. Verbo, 1977)

Profa Cecília (História) e Selma Monteiro (biblioteca) – Moitará 2009

Desafio África




Havia escravidão na África antes da chegada dos europeus?


É muito comum ouvirmos falar que já existia escravidão na África antes da chegada dos europeus. Isso é verdade, realmente havia escravidão na África antes dos europeus. Mas essa escravidão era igual a escravidão feita pelos europeus?

Os povos do deserto, os bérberes, que viviam na África capturavam e vendiam escravos negros. Esses escravos eram capturados ao sul do deserto do Saara e vendidos em grandes mercados no Marrocos e no Egito.

Mas na África negra não era assim. As pessoas não eram capturadas para serem vendidas como escravos. Segundo o historiador Mário Maestri, o que havia entre os negros africanos era uma espécie de servidão familiar.

Como isso ocorria?Quando havia guerra entre os próprios africanos, os vencedores faziam prisioneiros. Os prisioneiros tinham que trabalhar gratuitamente para os vencedores por um certo período de tempo,geralmente dois anos. Mas durante o período de cativeiro o escravo tinha alguns privilégios, podendo inclusive casar com alguém do grupo dos vencedores. Quando isso ocorria, o ex-cativo se tornava membro da família para o qual tinha trabalhado. Seus filhos não poderiam ser vendidos e seus netos tinham todos os direitos de uma pessoa livre.


Com a chegada dos europeus às costas africanas a situação mudou completamente.


Os europeus ofereciam armas de fogo, pólvora e bebidas alcóolicas aos chefes africanos e em troca pediam prisioneiros de guerra para vender como escravos. Dessa maneira, os prisioneiros de guerra passaram a servir como moeda de troca para os chefes africanos e como uma mercadoria para os traficantes europeus. Você consegue perceber como os dois sistemas são diferentes?

A insegurança aumentou muito nas regiões em contato com os europeus. O grupo que tinha mais armas de fogo era também o mais forte. As armas de fogo, que antes eram desconhecidas na África, passaram a ser sinônimo de poder. Com as novas armas, os chefes africanos começaram a fazer mais guerras, com mais guerras eles obtinham mais prisioneiros e, com mais prisioneiros mais armas. Armas estimulavam mais guerras. Em poucos anos os europeus conseguiram criar um verdadeiro ciclo vicioso.

Em pouco tempo aldeias inteiras foram destruídas, após a chegada dos europeus a Àfrica enfrentou uma verdadeira catástrofe: milhões de africanos foram arrancados de sua terra e levados como escravos para a América.

terça-feira, 28 de abril de 2009

código de Hamurábi




Quando Anu, o sublime, o rei dos deuses, e Entil, dono do destino do país, deram ao
Deus Marduk o poder supremo sobre todos os homens e, quando criaram a sublime Babel e a fizeram poderosa no Universo, naquele dia Anu e Enlil pronunciaram o meu nome, para alegrar os homens,

Hamurábi, o príncipe piedoso, adorador dos deuses, para fazer justiça na Terra, para eliminar o mau e o perverso, para que o forte não oprima o fraco, para,como o sol, levantar-se sobre o povo de cabelos negros e iluminar o país.

Eu sou Hamurábi, aquele que acumula opulência e prosperidade, conquistador dos quatro cantos da terra, (...)aquele que supriu seu povo com a água, que amontoou riquezas para Anu e Ishtar,
aquele que encheu de abundância os templos, que executou com exatidão os grandes ritos da deusa Ishtar, aquele que conhece a sabedoria, que aumenta as terras cultivadas e que enche os celeiro,aquele que procura pastagens e lugares de água, aquele que prende o inimigo,aquele que protege o povo na catástrofe.

Eu sou o primeiro dos reis, aquele que dominou as regiões do Eufrates,
Aquele que salvou seus homens da desgraça,
Aquele que estabeleceu suas regras na Babel em paz, aquele cujas obras agradam Isthar deusa do amor e da guerra, aquele que dirige os povos.

Eu sou o rei forte, o sol da Babel,
Aquele que faz surgir a luz para o país de Sumer e Acade,
O rei que traz obediência aos quatro cantos da terra, o protegido da deusa Ishtar,
Quando o deus Marduk encarregou-me de fazer justiça aos povos, de ensinar o bom caminho ao país, eu estabeleci a verdade e o direito e promovi o bem-estar do povo.(BOUZON, Emanoel. O Código de Hamurábi. Petrópolis:Vozes,1986)



Copie e cole esse material no word e depois responda as perguntas



a)Segundo o inicio do documento, quem deu poderes ao rei Hamurábi?

b)De acordo com o segundo e com o terceiro parágrafo, do que o rei se orgulhava?

c)Quais as funções do rei, de acordo com o segundo parágrafo?

d)O que o segundo parágrafo informa sobre o papel religioso do rei? Além das funções religiosas, para que serviam os templos?

e)De acordo com o terceiro parágrafo o que faz o rei? Em nome de quem ele exerce esse poder?


f)Segundo Hamurábi, quem lhe deu autoridade para governar e julgar?


A Peste Negra

Link para artigo sobre a Peste Negra.
http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=765

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A Sociedade Feudal






As imagens acima vão servir de inspiração na hora de vocês produzirem seu bonecos.
Lembrem-se que vocês devem representar cada um dos membros da sociedade medieval: oratores, bellatores e laboratores.

Leiam com atenção o texto sobre a sociedade medieval e sejam criativos.

domingo, 12 de abril de 2009

Estudo Dirigido: Segundo Reinado

O trabalho a seguir deverá ser realizado em duplas, nele vocês irão elaborar um trabalho sobre o Segundo Reinado no Brasil.Vocês podem consultar os livros do Espaço e Tempo ou a Internet. Esse trabalho terá os seguintes subtítulos:
·A maioridade de D.Pedro II
·As rebeliões liberais de 1842
· A Rebelião Praieira
·O Parlamento no Brasil imperial
· A política de Conciliação
·A consolidação do Regime
·A economia no segundo reinado

Lembrem-se, que para elaborar o texto vocês precisam entender o conteúdo dele. Isso significa que vocês conseguem explicar de maneira clara o que foi lido e escrito. Para tanto quero que vocês tentem responder em cada um dos tópicos as seguintes perguntas:

·D.Pedro subiu ao trono aos 14 anos de idade no dia 23 de julho de 1940. Você acha que um rapaz de 14 anos estava em condições de governar um país? Como os políticos brasileiros tentaram resolver essa questão?

· Quais foram as causas das revoltas liberais de 1842?

·“Nossa independência foi uma coisa de pai pra filho. Ainda não terminou. Só na rua da Praia existem mais de 120 portugueses no comércio de carne-seca e apenas três brasileiros”. – Essa afirmação foi publicada no jornal Voz do Brasil em Recife. Explique o seu significado tendo em vista as causas da Revolução Praieira.

·Os rebeldes da Revolução Praieira lançaram suas propostas em documento conhecido como Manifesto ao Mundo. O que dizia esse documento?

·Qual é a diferença entre o sistema presidencialista e parlamentarista?

·Explique como funcionava o sistema Parlamentarista no Brasil do Segundo Reinado

·Durante o Segundo Reinado existiam dois partidos políticos. Que partidos eram esses? O que cada partido defendia?

· Durante o segundo reinado ocorreu uma consolidação do regime imperial que foi denominada de “paz imperial”. Quais foram os fatores que favoreceram essa consolidação?

·Quais eram os principais produtos produzidos no Brasil no final do século XIX. Desses produtos, qual era o mais importante para a nossa economia? Onde ele começou a ser produzido e porque ele contribuiu para a estabilidade política do Segundo Reinado?

·Que razões favoreceram a expansão da produção cafeeira no Brasil?

·Por que a expansão da lavoura de café contribuiu para a urbanização da região Sudeste Brasileira?

· Qual a relação entre o café e as ferrovias no Brasil?

terça-feira, 7 de abril de 2009

A evolução humana

Video do Discovery Channel sobre a evolução humana

Índios

Músicas podem também ser uma fonte muito rica do nosso trabalho de história. O verdadeiro desafio é tentar interpretar a letra da música relacionando-a a um conteúdo da matéria.
A letra a seguir foi escrita por Renato Russo e fala de alguns problemas da sociedade. Para isso ele começa a letra falando do processo de dominção e destruição das sociedades indígenas.
Vamos ouvir a música e tentar interpretar cada parte dela.
Para isso abra um arquivo no word, copie e cole a letra. Depois disso clique no link do you tube e escute a música. Registre no word qual foi sua impressão de cada trecho dessa música. Não precisa só interpretar, seus sentimentos também valem.
Quando acabar tente relacionar o que você escutou com a matéria sobre colonização.
Escreva um texto de no mínimo 15 linhas e me envie o arquivo.

http://www.youtube.com/watch?v=Nh-mEYy-cbc

"Indios"

Quem me dera

Ao menos uma vez

Ter de volta todo o ouro

Que entreguei a quem

Conseguiu me convencer

Que era prova de amizade

Se alguém levasse embora

Até o que eu não tinha
Quem me dera

Ao menos uma vez

Esquecer que acreditei

Que era por brincadeira

Que se cortava sempre

Um pano-de-chão

De linho nobre e pura seda
Quem me deraAo menos uma vez

Explicar o que ninguém

Consegue entender

Que o que aconteceu

Ainda está por vir

E o futuro não é mais

Como era antigamente.
Quem me dera

Ao menos uma vez

Provar que quem tem mais

Do que precisa ter

Quase sempre se convence

Que não tem o bastante

Fala demais

Por não ter nada a dizer.
Quem me dera

Ao menos uma vez

Que o mais simples fosse visto

Como o mais importante

Mas nos deram espelhos

E vimos um mundo doente.
Quem me dera

Ao menos uma vez

Entender como um só Deus

Ao mesmo tempo é três

Esse mesmo Deus

Foi morto por vocês

Sua maldade, entãoDeixaram Deus tão triste.
Eu quis o perigo

E até sangrei sozinhoEntenda!
Assim pude trazer

Você de volta pra mim

Quando descobri

Que é sempre só você

Que me entende

Do início ao fim.
E é só você que tem

A cura do meu vício

De insistir nessa saudade

Que eu sinto

De tudo que eu ainda não vi.
Quem me dera

Ao menos uma vez

Acreditar por um instante

Em tudo que existe

E acreditar

Que o mundo é perfeito

Que todas as pessoas

São felizes…
Quem me dera

Ao menos uma vez

Fazer com que o mundo

Saiba que seu nome

Está em tudo e mesmo assim

Ninguém lhe diz

Ao menos, obrigado.
Quem me dera

Ao menos uma vez

Como a mais bela tribo

Dos mais belos índios

Não ser atacado

Por ser inocente.
Eu quis o perigo

E até sangrei sozinho

Entenda!
Assim pude trazer

Você de volta pra mim

Quando descobri

Que é sempre só você

Que me entende

Do início ao fim.
E é só você que tem

A cura pro meu vício

De insistir nessa saudade

Que eu sinto

De tudo que eu ainda não vi.
Nos deram espelhos

E vimos um mundo doente

Tentei chorar e não consegui



.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Jogo on line sobre feudalismo

Tribal Wars
Nesse jogo temos a simulação de um feudo. Como senhor seu objetivo é proteger seu feudo e sua aldeia e garantir que eles prosperem.
Entre no site e cadastre-se e tentem jogar.
http://www.tribalwars.com.br/

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Unificação Italiana


Depois das guerras napoleônicas, os vencedores se reuniram no Congresso de Viena para organizar mais uma vez o mapa da Europa.

A região que hoje é conhecida como Itália ficou dividida da seguinte maneira:


-Reino Sardo-Piemontês: governado por uma dinastia italiana. Era autônomo e soberano;

-Reino Lombardo-Veneziano: governado pela Áustria;

- Ducados de Parma, Módena e Toscana: governados por duques subservientes à Áustria;

-Estados Pontifícios: governados pelo papa;

-Reino das Duas Sicílias: governado pela dinastia de Bourbon.


Dentro os diversos estados italianos, o mais capaz de liderar a luta pela unificação era o Reino de Piemonte e Sardenha. Esse reino era o mais industrializado de todos e o seu regime político era a monarquia constitucional. Lá a burguesia era mais rica e livre para lutar.
As principais ações foram dirigidas pelo ministro de Piemonte, Cavour. Ele próprio
Reunias as classes sociais que dirigiam o processo de unificação nacional: Cavour era latifundiário, banqueiro, dono de fábrica e economias. Em 1858, ele montou uma aliança com o imperador da França Napoleão III: a França tinha prometido dar força para Piemonte no caso de uma guerra contra a Áustria. A guerra começou em 1859. Apesar da França ter retirado seu apoio com medo de uma intervenção da Prússia, que estava formando um grande exército, Piemonte conseguiu vitórias importantes. A Lombardia passou a ser italiana, embora Veneza continuasse dominada pelos austríacos.
O sul da Itália também se mobilizava. O líder de lá não era um nobre como Cavour, mas um homem do povo chamado Giuseppe Garibaldi. Liderando um exército de camponeses, os Camisas Vermelhas, que acreditavam numa unificação que lhes desse terras e direitos democráticos, Garibaldi derrotou as forças do rei de Nápoles, um membro da dinastia francesa dos Bourbon.
As lutas contra a Áustria tinham estimulado os reinos da Toscana, Parma, Romanha e Módena a se unir ao reino de Piemonte. Em 1866 estourou a guerra entre a Áustria e a Prússia, como veremos abaixo, e os italianos aproveitaram para apoiar a Prússia. Assim que a Áustria foi derrotada. Piemonte tratou de incorporar Veneza.
As lutas prosseguiram e Garibaldi passou a controlar o sul da Itália. Entretanto seu movimento não possuía força suficiente para assumir iniciativa política. Assim Garibaldi teve que recorrer a submissão diante do rei de Piemonte e Sardenha.
Quando em 1870 a França e a Prússia entraram em guerra, Cavour colocou a Itália apoiando o lado mais forte. No caso os alemães da Prússia. Os franceses tinham tropas sediadas em Roma para que os italianos não tomassem posse dos territórios do Papa. Diante da guerra com os prussianos, tiveram que se retirar. Então o exército nacional italiano ocupou Roma e o papa contrariado teve que aceitar o fim de seu poder sobre a milenar capital.

quarta-feira, 25 de março de 2009

quinta-feira, 19 de março de 2009

Ideologias do Século XIX


Texto 1:

“O dinheiro é um principio libertador. A substituição da posse do solo ou do nascimento pelo dinheiro como princípio de diferenciação social é incontestavelmente um elemento de emancipação. A terra escraviza o indivíduo, fixa-o ao solo. A mobilidade do dinheiro permite que se escape às imposições do nascimento, da tradição, que se fuja ao conformismo dessas pequenas comunidades voltadas sobre si mesmas e estritamente fechadas. Basta ter dinheiro para que haja a possibilidade de mudar de lugar, de trocar de profissão, de residência, de região. A sociedade liberal, fundada sobre o dinheiro, abre possibilidades de mobilidade: mobilidade de bens que trocam de mãos. Mobilidade das pessoas no espaço, na escala social.”(RÈMOND,René. O século XIX: 1815-1914)

1-Para o autor, o uso do dinheiro para diferenciação social é importante?
2-Quais argumentos ele emprega para justificar sua opinião?


Manifesto Comunista
“Um espectro ronda a Europa: o fantasma do comunismo. Todas as forças da velha Europa se uniram para combate-lo.(...)
A história de todas as sociedades até os nossos dias tem sido a história das lutas de classes(...). Opressores e oprimidos se enfrentaram sempre, mantiveram uma luta constante, velada algumas vezes, aberta e franca outras.
A burguesia tem desempenhado um papel altamente revolucionário na História(...)Uma revolução contínua na produção, um incessante abalo de todas as condições sociais, uma inquietude e um movimento constante distinguem a época burguesa das anteriores.(...)
As armas que a burguesia utilizou contra o feudalismo agora se voltam contra ela própria.(...)Ela produziu também os homens que empunharão essas armas: os trabalhadores modernos, o proletariado.(...)O progresso das indústrias(...) substitui o isolamento dos trabalhadores(....) por sua união revolucionária(...)Assim, o desenvolvimento industrial destrói as bases que a própria burguesia havia construído. Ela produz seus próprios coveiros(...).
Os comunistas consideram indigno ocultar suas idéias e objetivos(....)Os trabalhadores não tem nada a perder, a não ser as suas algemas. Em compensação, tem um mundo inteiro a ganhar. Proletário do mundo inteiro, uni-vos!”(MARK,Karl; ENGELS,Friedrich. Manifesto Comunista, 1848.)

Questões:
1-Com base no que você aprendeu sobre o iluminismo e o absolutismo e a revolução Francesa explique o trecho: “A burguesia tem desempenhado um papel altamente revolucionário na História(...)Uma revolução contínua na produção, um incessante abalo de todas as condições sociais, uma inquietude e um movimento constante distinguem a época burguesa das anteriores.(...)”.
2-Segundo o texto, quem produziu o proletariado?Como?
3-Marx e Engels consideram que a história é baseada em conflitos sociais. Que tipos de conflitos são esses?
4-Quem seriam: “os coveiros da burguesia”?
5- Por que o crescimento da economia capitalista condenaria a burguesia?

terça-feira, 10 de março de 2009

Navio Negreiro, Castro Alves




Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!


Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...


São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão...


São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael


Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ... ...
Adeus, ó choça do monte, ...
Adeus, palmeiras da fonte!... ...
Adeus, amores... adeus!...

Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer

Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar..

Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente —
Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...


Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
Agora
Leia a poesia e observe as imagens do navio negreiro
1-Abra um arquivo no word com o título Navio Negreiro
2-Copie e Cole a poesia de Castro Alves nesse arquivo
3-Abaixo da poesia escreva seu comentário para cada uma das estrofes
4-Salve o arquivo na pasta de história e envie por email.
Bom Trabalho