quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Redação Avá Canoeira

Caros alunos,
Primeiro vocês terão que achar o texto dentro do blog. Ele esta marcado com a palavra verdades.
Depois de lerem o texto novamente vocês irão escrever uma redação seguindo esse roteiro:
Imaginem que o rei quis testar se seus súditos e ministros aprenderam a lição.(para saber qual foi a lição vocês tem que reler o texto)
Ele pede que eles se dirijam a um palácio em ruínas e descubram porque o palácio ficou assim.

Quatro pessoas vão ao palácio e fazem uma escavação.

Nessa escavação cada um vai achar uma pista sobre o que aconteceu com o palácio.

A pergunta é: Será que eles vão chegar a mesma conclusão?

Isso é um desafio, para vocês escreverem esse texto vocês precisam pensar com cuidado e lembrar da nossa leitura coletiva.
Bom Trabalho

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Ação sobre as populações indígenas

Trechos de textos sobre a ação dos colonizadores europeus sobre as populações indígenas

“(...)Porque a principal causa que me moveu a mandar povoar as ditas terras do Brasil, foi para que a gente dela se convertesse à nossa santa fé católica, vos encomendo muito que pratiques com os ditos capitães e oficiais a melhor maneira que para isso se pode ter; e de minha parte lhe direi que lhes agradecerei muito terem especial cuidado de os provocar a serem cristãos: e, para eles mais folgarem de o ser, tratem bem todos os que forem de paz, e os favoreçam sempre, e não consintam que lhes seja feita opressão nem agravo algum(D. João III,1549)


“(...)Esse gentio é de qualidade que não se quer por bem, senão por temor e sujeição, como se tem experimentado e por isso se S.A os quer ver todos convertidos mande-os sujeitar e deve fazer estender os cristãos pela terra dentro e repartir-lhes o serviço dos índios àqueles que os ajudarem a conquistar e senhorear em outras partes de terras novas(...)
A lei, que lhes hão de dar, é defender-lhes comer carne humana e guerrear sem licença do governador; fazer-lhes ter uma só mulher, vestirem-se pois têm muito algodão, ao menos depois de cristãos, tirar-lhes os feiticeiros, manter-lhes em justiça entre si e para com os cristãos; faze-los viver quietos sem se mudarem para outra parte, se não for para entre cristãos, tendo terras repartidas que lhes bastem e com estes padres da Companhia para os doutrinarem(...)”.(NOBREGA,Manuel de. Cartas do Brasil ao Padre Miguel de Torres, 8 de maio de 1558, p280)


“Em 20 de março de 1570 tinha sido promulgada em Portugal uma lei proibindo o cativeiro dos índios(...)com exceção dos que fossem tomados em justa guerra(...)”(J. Mendes Jr, Os indígenas do Brasil.p 29)


Na aldeia, eu destruí e matei todos os que quiseram resistir, e na vinda vim queimando e destruindo todas as aldeias que ficaram atrás, e por se o gentio ajuntar e me vir seguindo ao longo da praia, lhe fiz algumas ciladas e lhes foi forçado deitarem-se a nado ao mar costa brava(...)Nenhum Tupiniquim ficou vivo, e todos os trouxeram à terra e os puseram ao longo da praia, por ordem que tomavam os corpos perto de uma légua.(Mem de Sá, 1570. Citado por Ribeiro, Darcy; MOREIRA NETO,Carlos de Araújo. A fundação do Brasil. Petrópolis: Vozes,1992.p179)

“De 1554 a 1567 os indígenas do tronco tupi, de várias regiões do litoral sudeste da colônia(Rio de Janeiro, Angra dos Reis e Ubatuba) e os não tupi, como os Goitacá e os Aimoré, habitantes do interior, junto da Serra do Mar, aliaram-se para combater a escravidão imposta pelos portugueses, entre João Ramalho e Brás Cubas, esse último governador da capitania de São Vicente.
Essa aliança dos nativos(...)foi chamada de Confederação dos Tamuya, que, em Tupinambá, significa ‘o mais velho’, pois a primeira reunião ocorreu entre os chefes dessas nações. De um lado, os Tamoios contaram com o apoio dos franceses, que tinham o interesse em combater os portugueses, uma vez que desejavam explorar o pau-brasil e instalar uma colônia no litoral. Do outro, os portugueses se aliaram às nações Guaimá, Temiminó e Carijó para combater os Tamoio.

Os Tamoio venceram várias batalhas, chegaram a tomar a capitania do Espírito Santo e a ameaçar a de São Paulo. Mas foram vencido na aldeia de Uruçumirim (atualmente Rio de Janeiro),onde foram mortos pelas tropas portuguesas e seus aliados indígenas.” (J. Mendes Jr, Os indígenas do Brasil.p 29)




O jesuíta José de Anchieta, catequista, poeta e dramaturgo, refletindo o pensamento da época, escreveu um poema de 3.554 versos, em latim, louvando as façanhas guerreiras de Mem de Sá:

“Triunfadores meus, diz o chefe, vossa espada valente, armas e destras estão tintas ainda do sangue maldito, sem tardar, lancemo-nos contra o inimigo vencido, enquanto abate o terror das últimas duas batalhas. Vedes quantos aí prostados a gemer moribundos, quantos outros na fuga receberam mortais ferimentos. Ou exterminar de uma vez essa raça felina com a ajuda de Deus, ou selpultar-nos na areia gloriosamente(...)
Quantos estragos não causou então o Braço valente do jovem chefe! Quantos corpos de guerreiros ferozes arremessou à morte, tomando vingança no sangue inimigo.”(ANCHIETA, José de; CARDOSO,Armando (trad). De Gestis Mendi Saa,1560. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional,1958)

“Finalmente outros indígenas resistiram com armas ás mãos, realizando um levante, sendo o mais importante deles o de 1562, quando atacaram a vila e o colégio de São Paulo.
A vila nascente só não foi destruída, graças à delação do líder Tibiriçá que permitiu a chegada de Brás Cubas e de outros moradores de Santos, que vieram em socorro do planalto.
Depois desses ataques, em que os insurgentes foram derrotados, as crônicas registram levantes armados no final do século XVIM em 1590, atingindo, sobretudo expedições escravistas(...)
Nesse mesmo ano houve um ataque a fazendas paulistas e à missão de Nossa Senhora da Conceição de Pinheiroa(...)
No ano seguinte, os moradores de São Paulo foram novamente atingidos. De retorno do médio Tietê, uma expedição escravista foi atacada perto de Santana do Parnaíba. A partir daí a repressão paulista fechou o cerco contra os Tupiniquins rebeldes.(...).”(BUENO,Eduardo. Os nascimentos de São Paulo. Ediouro 2004,p 75).

Torre de Babel


Não existe verdade absoluta



Face de Espelho


Há muitos anos vivia na Índia um rei sábio e muito culto. Já havia lido todos os livros do reino. Seus conhecimentos eram numerosos como os grãos de areia do rio Ganges.Muitos súditos e ministros, para agradar o rei, também se aplicaram aos estudos e as leituras dos velhos livros. Mas viviam disputando entre si quem era o mais conhecedor, inteligente e sábio. Cada um se arvorava em ser o dono da verdade e menosprezava os demais.
O rei se entristecia com essa rivalidade intelectual. Resolveu, então, dar-lhes uma lição. Chamou-os todos para que presenciassem uma cena no palácio. Bem no centro da grande sala do trono estavam alguns belos elefantes. O rei ordenou que os soldados deixassem entrar um grupo de cegos de nascença.
Obedecendo às ordens reais, os soldados conduziram os cegos para os elefantes e guiando-lhes as mãos, mostraram-lhes os animais. Um cego agarrou a perna de um elefante; outro segurou a cauda; outro tocou a barriga; outro, as costas; outro apalpou as orelhas; outro a presa; outro, a tromba.
O rei pediu que cada um examinasse bem, com as mãos, a parte que lhe cabia. Em seguida, mandou-os vir à sua presença e perguntou-lhes:
-Como se parece um elefante?
Começou uma discussão acalorada entre os cegos.
Aquele que agarrou a perna respondeu:
-O elefante é uma coluna roliça e pesada.
-Errado!- interferiu o cego que segurou a cauda.- O elefante é tal qual uma vassoura de cabo maleável.
-Absurdo!-gritou aquele que tocou a barriga. –È uma parede curva e tem a pele semelhante a um tambor.
-Vocês não perceberam nada- desdenhou o cego que tocou as costas-O elefante parece uma mesa abaulada e muito alta.
-Nada disso!-resmungou o que tinha apalpado as orelhas- É como uma bandeira arredondada e muito grossa que não pára de tremular.
-Pois eu não concordo com nenhum de vocês- falou alto o cego que examinara a presa. –Ele é comprido, grosso e pontiagudo, forte e rígido como os chifres.
-Lamento dizer que todos vocês estão errados- disse com prepotência o que tinha segurado a tromba. – O elefante é como a serpente, mas flutua no ar.
O rei se divertiu com as respostas e virando-se para seus súditos e ministros, disse-lhes:
- Viram? Cada um deles disse a sua verdade. E nenhuma delas responde corretamente a minha pergunta. Mas se juntarmos todas as respostas poderemos conhecer a grande verdade. Assim são vocês:cada um tem sua parcela de verdade.Se souberem ouvir e compreender o outro e se observarem o mundo de diferentes ângulos, chegarão ao conhecimento e à sabedoria. (Conto do Budismo chinês, “Face-de-Espelho”, recontado pela autora. In:HOLANDA,A. B. Mar de Histórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1980.v 1)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Criança a alma do negócio

O que vocês acham desse trailler?

A Colonização da América

“O almirante Colombo encontrou, quando descobriu esta ilha Hispaniola, um milhão de índios e índias(...) dos quais, dos que nasceram desde então, não creio que estejam vivos, no presente ano de 1535, quinhentos, incluindo tanto crianças como adultos, que sejam naturais, legítimos e da raça dos primeiros índios. (...)Alguns fizeram esses índios trabalharem excessivamente. Outros não lhes deram nada para comer como bem lhes convinha. Além disso, as pessoas dessa região são naturalmente inúteis, corruptas, de pouco trabalho, melancólicas, covardes, sujas, de má condição, mentirosas, sem constância e firmeza(...)Vários índios, por prazer e passatempo, deixaram-se morrer com veneno para não trabalhar. Outros se enforcaram pelas próprias mãos. E quanto aos outros, tais doenças os atingiram que em pouco tempo morreram(...) Quanto a mim, eu acreditaria antes que nosso Senhor permitiu, devido aos grandes, enormes e abomináveis pecados dessas pessoas selvagens, rústicas e animalescas que fossem eliminadas e banidas da superfície terrestre(...).”(extraído de Gonzalo Fernandes de Oviedo. L’Histoire de Indes, 1555. Em Ruggiero Romano Mecanismos da Conquista Colonial. São Paulo, Perspectiva,1973,p 76)

Textos sobre Pacto Colonial

“As colônias não podem esquecer jamais o que devem à mãe-pátria pela prosperidade de que desfrutam। Devem, por conseqüência: dar à metrópole maior mercado a seus produtos; dar ocupação ao maior número de seus manufatureiros, artesãos e marinheiros; fornecer-lhes uma maior quantidade de artigos que ela precisa।”(POSTLETHWAYT. Os interesses comerciais britânicos explicados,1747)



“Seja como for, a expressão “plantation escravista” evoca uma propriedade rural relativamente extensa, cujas características principais seriam: 1)dedicar-se prioritariamente e em escala importante a atividades agrícolas ou agro-industriais de exportação ;2)possuir uma mão-de-obra escrava abundante; 3)apresentar um nível importante de investimentos; 4) dispor dos seus produtos no grande comércio oceânico(enquanto os mercados das haciendas eram majoritariamente locais, regionais ou intercoloniais)




(...)estruturalmente, incluía pelo menos dois setores agrícolas articulados: um sistema escravista dominante, produtor de mercadorias destinadas aos mercados europeus; e um sistema camponês produtor de alimentos, subordinado ao primeiro, exercido pelos próprios escravos através do seu trabalho autônomo em lotes dados em usufruto, e eventualmente por outro tipo de trabalhadores।”(CARDOSO, Ciro F. S. A Afro-América: a escravidão no novo mundo. São Paulo, Editora Brasiliense S. A 1982,1a ed, p.32)


“(o estabelecimento de uma empresa de caráter essencialmente econômico)havia sido utilizado por Dom Henrique, o Navegador, na ocupação dos arquipélagos atlânticos, particularmente na ilha da Madeira, com a distribuição de terras conforme a legislação portuguesa das sesmarias, o estabelecimento de capitães donatários, conforme prática feudal portuguesa(...), a Madeira serviu como um campo experimental, tanto para a política como para a economia colonial portuguesa, com a adaptação para o costume luso de práticas apreendidas com os genoveses, que a empregavam no Oriente.
O plantio da cana, o fabrico do açúcar já eram práticas conhecidas dos portugueses e no Algarve(sul de Portugal) produzia-se açúcar desde o século XIII(...)Só com a decisão do infante navegador de trazer canas da Sicília e montar um engenho real, movido a água, na Madeira, por volta de 1452, é que a atividade começa a tomar o vulto de grande empresa, providenciando-se, através de razzias nas ilhas Canárias, escravos para trabalhar na terra e no fabrico do açúcar. Com melhoria técnica(...) e o afluxo constante de escravos, a produção de açúcar avoluma-se, chegando a atingir 130 mil arrobas(1 arroba tem cerca de 15 quilos), no reinado de Dom Manuel.”(Francisco Carlos Teixeira da In: História Geral do Brasil. Editora Campus Ltda.1990, p 27)